sexta-feira, 15 de novembro de 2013

O Bom Senso que assusta

Por: Luis Henrique de Sá Perles

Foram décadas de opressão, domínio total de uma instituição sobre o futebol brasileiro, mas enfim, após anos, a união dos atletas de futebol no Brasil parece assustar a poderosa CBF.

O gestos espalhados por todo país na 34° rodada do Campeonato Brasileiro de Futebol, marcaram o que parece ser o inicio de uma nova era do esporte bretão no Brasil. Jogadores e clubes unidos por um ideal, um futebol melhor, que agora com a adesão dos torcedores, deve enfim acuar os mandachuvas do futebol nacional.

Um calendário mais digno, com maior tempo de preparação na pré-temporada e diminuir o acúmulo de jogos nas semanas, são lutas justas que se vencidas, com certeza colaboraram para um futebol melhor para todos.

Não a toa, clubes que fizeram pré temporadas maiores foram campeões das competições mais importantes do futebol nacional e internacional. Cruzeiro e Atlético Mineiro, que começaram as disputas do mineiro apenas em fevereiro, três semanas depois do Paulistão e do Paranaense por exemplo, venceram o Brasileiro e a Libertadores respectivamente.

O Atlético Paranaense, que ficou quatro meses em pré temporada, jogou competições na Europa e disputou o estadual com seu time B, sendo ainda vice-campeão, chega voando a reta final de Campeonato Brasileiro e a final da Copa do Brasil, frente ao Flamengo.

A necessidade de um planejamento, bom elenco e acerto nas contratações é enorme, porém, o tempo de preparo para o inicio da temporada, também pode ganhar jogos, ainda mais em futebol tão físico e nivelado como em  nosso país. Além do que diversas lesões e desgastes poderiam ser evitados, principalmente com uma pré temporada adequada.

Tomara mesmo, amantes do futebol, que a classe dos jogadores continuem estes movimentos, afinal sem eles em campo, as verdadeiras estrelas do espetáculo, não haverá jogo e sem futebol, as víboras da CBF, que tanto parecem odiá-lo, não terão mais o que sugar.

Assustados eles agora tentarão medidas para punir os atletas, com cartões amarelos e ameaças, prova fiel de que realmente, o bom senso de alguns assusta e muito os poderosos.
Jogadores de todo país, fizeram protestos para um futebol melhor na 34° rodada do Brasileirão 2013 (Foto: Goal.com)

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Demissão de Dorival ajudará o Vasco?

A equipe vascaína desde o inicio de temporada está fadada ao fracasso, mal futebol, má gestão, problemas financeiros atuais e heranças antigas deixadas pelo fantasma da democracia, Eurico Miranda.

E na segunda-feira, um dia após uma derrota (frente a Ponte de virada) que pode ter sacramentado o rebaixamento da equipe vascaína, a diretoria "tão competente" sob o comando de Roberto Dinamite demitiu Dorival Júnior.

Foram 29 jogos e uma campanha ruim, mas se pegarmos o ano vascaíno, não será muito diferente dos números de aproveitamento de Gaúcho e de Autuori que estiveram menos tempo a frente do limitado time cruzmaltino.

A demissão de Dorival soa também como um último ato de desespero, aquele suspiro final de uma grande equipe rumo a Série B. Adílson Batista chega para ser o salvar o Vasco, mas seus últimos trabalhos no Santos, São Paulo, Atlético PR, Corinthians e Atlético GO, não são bons. Ele vem como o salvador da pátria, mas terá uma missão tão dura, quanto este rótulo que carregará.

O time é ruim.Taticamente o Vasco executa bem suas funções em campo, marca o rival em seu campo, tem boas passagens ofensivas, com os meias de lado de campo e os volantes. O problema é a qualidade técnica dos jogadores da equipe. A famosa última bola, o passe final e a competência de seus homens de frente, aliados a uma defesa lenta e sofrível formada por Jomar e Cris, que desde que chegou colaborou para algumas derrotas vascaínas. Soma-se a isto a falta de um goleiro competente e os problemas de salário, e forma-se um time desesperado, fadado ao descenso.

Saí um treinador que gosta do jogo ofensivo e mesmo sem tanto material humano, tentou fazer do Vasco um time mais corajoso. Vide o jogo frente a Ponte, onde na maior parte do tempo eram seis, sete homens no campo de ataque ponte-pretano, mas aí entra o grande X da questão, falta de qualidade.

Reginaldo, Yotún, Wendel, Nei e o ainda muito tímido e jovem Thales, não conseguiram dar continuidades a jogadas, que quando boas, passavam pelos pés do outro jovem, Marlone este sim uma luz de esperança no fim túnel cruzmaltino.

Entra outro treinador que atua com a última linha avançada, buscando a marcação pressão e mantendo a posse de bola, na maioria as vezes pouco efetiva, vide os últimos trabalhos no São Paulo, Corinthians e Santos de Adílson. A maioria dos times do técnico marca muitos gols e sofrem também, seria este modelo de jogo ideal para este time?

Calma vascaíno, não sejamos profetas, o Vasco ainda não caiu, tem chances e acredito que lutará até o fim contra o descenso (até por que Bahia, Criciúma, Ponte Preta e Fluminense também vão mal). Porém para sair desta situação terá de contar com Juninho, Marlone e quem sabe um inspirado André (algo cada vez mais raro), que pela qualidade que tem, podem ajudar de verdade o time a sair desta situação.

Pena é saber que nem mesmo a experiência de um rebaixamento traumático, como o do Vasco, serviu para o time aprender a lição e ao que parece, a exemplo do Palmeiras, a equipe alvinegra de São Januário quer de novo sentir o gosto amargo da segundona.

Números dos treinadores do Vasco em 2013:

Dorival Júnior
Jogos: 29, vitórias 9, empates 8, derrotas 12, aproveitamento de 31,1%.

Paulo Autuori
Jogos: 13, vitórias 6, empates 2, derrotas 5, aproveitamento de 42%.

Gaúcho
Jogos: 12, vitórias 6, empates 1, derrotas 5, aproveitamento de 52%.

Números de Adílson Batista como treinador:
2008 a 2010: Cruzeiro vitórias 97, empates 34, derrotas 39.
2010: Corinthians V 7, E 4, D 6.
2011: Santos: V 5, E 5, D 1.
2011:São Paulo: V 7, E 9, D 6.
2011:Atlético PR V 4, E 4, D 6.
2012: Atlético Go V 5, E 4, D 1.
2005/2006 e 2013: Figueirense V 46, E 20, D 29.