sexta-feira, 27 de junho de 2014

PRÉ-VISÃO TÁTICA


O Blog Arquibancada Tática traz para você a análise tática e o histórico dos jogos decisivos das oitavas de final da Copa 2014. Após a primeira fase, as equipes vão ganhando corpo, confiança e chegam afiadas a este momento que abre as disputas mata-mata da maior competição esportiva do mundo.

BRASIL X CHILE

O duelo sul-americano definirá mais uma vez o classificado às quartas de finais. Assim como em 2010, Brasil x Chile lutam para seguir vivos na Copa. Após uma primeira fase regular, o Brasil claramente chega como favorito, mas terá pela frente uma geração de ouro do Chile que apesar da derrota para a Holanda, tem realizado uma excelente competição.

O primeiro encontro entre Brasil e Chile aconteceu na longínqua Copa América de 1916 com empate em 1 a 1 na cidade de Buenos Aires. O último foi em 2013, amistoso em Toronto, onde a Seleção Brasileira venceu com gols de Robinho e Hulk, Vargas descontou para o Chile.

Ao todo foram 66 confrontos, com ampla superioridade brasileira. São 46 vitórias, 13 empates e apenas sete derrotas. E jogando no Brasil, sede da Copa, o Chile nunca venceu a seleção em 27 confrontos, foram 22 vitórias brasileiras e cinco empates. O retrospecto em Copas é também muito favorável ao time brasileiro, foram três jogos e três vitórias canarinhas.

Jogos de Copa:

Copa de 62 (Chile): Brasil 4 x 2 Chile

Copa de 98 (França): Brasil 4 x 1 Chile

Copa 2010 (África) Brasil 3 x 0 Chile

A última vitória chilena aconteceu em 2000 pelas eliminatórias da Copa de 2002, Chile 3 a 0 no estádio Nacional de Santiago. Em números de gols marcados, o Brasil soma 154 gols, tendo sofrido apenas 57.

Táticas:

O Brasil atua no 4-2-3-1 com algumas variações. Paulinho, titular na primeira fase e que pode perder a vaga para Fernandinho, funciona em alguns momentos como um meia formando um 4-1-4-1. Além disso, em algumas raras situações, mas que podem ser mais repetidas neste confronto com o Chile (que usa muito as laterais), o time joga com Luiz Gustavo como terceiro zagueiro, abrindo os alas Daniel Alves e Marcelo e cedendo proteção maior a defesa. O problema é que com este esquema o segundo volante tem de voltar para fechar mais o meio e Paulinho não tem conseguido realizar esta função.

Do meio para a frente a seleção atua com Neymar mais centralizado, Oscar e Hulk abertos o que por vezes tira o meia Oscar de suas características. Na frente o centroavante Fred precisa ser alimentado, caso contrário não terá função em campo, uma vez que pesado como é, se torna presa fácil para seus marcadores.

Neste jogo, o Brasil deve observar duas situações táticas uma a favor e outra contra. A fraca marcação do meio chileno, que geralmente conta com Marcelo Díaz (volante do Basel da Suíça) na cabeça de área o que possibilitará espaços, assim como contra a Croácia, ao craque Neymar. Se Oscar e Hulk recuarem um pouco mais, podem complicar a marcação de meio chilena, pois, Aranguíz saí muito mais como um meia ao lado de Guitiérrez e cede espaços as descidas rivais.

O ponto contra a seleção brasileira é o agudo jogo lateral chileno. Com os alas, Isla da Juventus (ITA) na direita e Mena do Santos na esquerda, contando ainda com as chegadas de Vargas que caí por ambos os lados, centralizando o atacante de movimentação Sanchéz. Aranguíz na esquerda e Guitiérrez na direita também agridem os rivais em chegadas laterais.

O Chile tem variações táticas interessantes propostas por Jorge Sampaolli, o argentino mexe muito no time e para isso conta com a mobilidade e habilidade de sua equipe, uma das mais técnicas deste mundial. O time joga no 3-5-2 com o trio de zagueiros baixos Jara, Medel e Silva, no meio Díaz é primeiro volante, Aranguíz e Guitiérrez (Vidal que anda meio baleado, mas pode jogar esta decisão, faz as três funções) os volantes que saem para o jogo e contam com os apoio dos alas (Isla e Mena), na frente a dupla de movimentação e habilidade Sanchéz e Vargas.

Em alguns momentos, Díaz recua a zaga, formando um linha de quatro e liberando os alas para atuarem como meias ao lado dos volantes que sobram. A equipe tem ainda a opção no banco de abrir Beausejour na esquerda montando um 3-4-3 ou centralizar Valdívia recuando Aranguíz formando um 3-4-1-2.

O ponto mais frágil, como já dito, é a proteção a cabeça de área feita por Díaz, Aranguíz e Guitiérrez. Nela existem espaços onde Neymar e Oscar podem se aproveitar para decidir para o Brasil. A bola parada é outro problema, com média de altura de 1,76 a equipe é a mais baixa da competição e sofre, como sofreu diante da Holanda, com a bola parada rival.

O estilo chileno se encaixa na proposta de Felipão, afinal eles provavelmente darão espaços, mas o que preocupa o treinador é justamente a parte ofensiva pelas laterais, onde o Brasil tem falhado em todos os jogos. Felipão sabe que apesar do histórico favorável, o peso deste jogo será enorme e erros como os cometidos na primeira fase podem custar a vaga nas quartas.











sábado, 21 de junho de 2014

Diário Tático da Copa

Grupo F

Argentina 1 x 0 Irã

Argentina (4-2-2-2): Romero, Zabaleta,Fernandéz,Garay, Rojo, Mascherano, Gago, Di María (Biglia), Messi, Aguero (Lavezzi) e Higuaín (Palácio).
Téc: Alejandro Sabella.

Irã (4-5-1): Haghighi, Montazeri, Hosseini, Sadeghi,Pooladi, Nekounam,Teymourian, Shojaei (Heydari), Hajsafi,(Reza Haghighi), Dejagah (Alireza) e Reza. 
Téc: Carlos Queiroz.

Nem mesmo o mais otimista torcedor iraniano poderia imaginar a dificuldade imposta por sua seleção diante da poderosa Argentina no Mineirão, em partida que abriu o décimo dia da “Copa das Copas”. A vitória argentina só foi mesmo alcançada com o gol de Messi aos 46  minutos da etapa final.

Escalada com prefere Messi, no 4-2-2-2 a Argentina sofreu com a rígida marcação iraniana que postado no 4-5-1, marcou muito no primeiro tempo evitando as penetrações argentinas em sua defesa. Somente com as bolas paradas o time de Sabella chegou com Garay e Fernandéz em cruzamentos. E foi em cruzamento também a melhor chance iraniana nesta etapa. Dejagah cruzou e o zagueiro Pooladi cabeceou perigosamente por cima do gol de Romero.

Na segunda etapa, com o passar dos minutos, o Irã foi crescendo, com Messi, Higuaín e Aguero sumidos na marcação vermelha, a equipe de Carlos Queiroz foi gostando do jogo e poderia ter saído na frente. Por duas vezes o centroavante Reza (uma de cabeça e outra no chão) ficou cara a cara com o contestado Romero que em ambas se saiu muito bem salvando os hermanos. O goleiro argentino ainda parou a cabeçada de Dejagah espalmando à corner.

A Argentina chegava também, com Messi, tentando escapar da marcação e com as decidas dos laterais, em especial na esquerda com Rojo e Di María o melhor argentino em campo nesta Copa. O gol, porém, saiu mesmo dos pés do ex- melhor do mundo, assim como tinha feito aos 14 minutos, mas sem sucesso, Messi arrancou tirou da marcação e bateu com categoria no ângulo direito do goleiro iraniano.

Vitória argentina que garante a seleção na segunda fase, mas será necessário jogar mais do que jogou até aqui para seguir ás fases mais agudas. Ao Irã resta o consolo de ainda brigar pela segunda vaga, mas para isto terá de atacar e vencer a eliminada Bósnia.
Messi Argentina x Irã (Foto: EFE)
Em meio ao bolo de marcadores, Messi resolveu e garantiu a Argentina nas oitavas (Foto:EFE).
Argentina
Pontos fortes: A movimentação na esquerda da dupla Di María e Rojo é uma das poucas coisas que funcionam no esquema de Sabella neste inicio de Copa. As entradas de Lavezzi e Palácio melhoraram o time no fim do jogo.

Pontos fracos: Mesmo com craques de grande habilidade e poder de decisão, a Argentina vem enfrentando problemas para encarar equipes fechadas, dependendo apenas de lampejos técnicos, a equipe pode ficar no meio do caminho na fase mata-mata.

Irã
Ponto forte: A marcação iraniana foi a mais eficiente desta Copa 2014. Parou a Nigéria e parava a Argentina até os 46 minutos. O Irã marcou muito e mostrou ainda saída de jogo pelos lados de campo com Dejagah e Shojaei. O lateral direito Montazeri também foi destaque acertando vários lançamentos longos e perigosos.


Ponto fraco:  Neste jogo o ataque, que também parou nas boas defesas de Romero, mas falta a equipe poder de decisão, se tivesse isto poderia ter até vencido a Argentina nesta tarde.

Nigéria 1 x 0 Bósnia Herzegovina

Nigéria (4-3-3): Eneyama, Ambrose, Yobo, Oshanwa,Omeruo, Mikel, Onazi, Babatunde(Uzoenyi), Sow (Ameobi), Odemwingie e Emenike.
Téc: S.Keshi,

Bósnia (4-4-2): Begovic,Mujdza, Sunjic, Spahic, Lulic (Salihovic), Besic, Mendunjanin (Susic), Misimovic, Hajrovic (Ibisevic), Pjanic e Dzeko.
 Téc: S.Susic. 

Após chegar como candidata a surpresa na Copa 2014, a Bósnia chegará a última rodada eliminada após fraca atuação coletiva que resultou em derrota frente a Nigéria. Com gol de Odemwingie aos 28 minutos, que aproveitou a falha de marcação no lado esquerdo bósnio, as águias garantiram seus primeiros três pontos na competição.

No começo da primeira etapa, escalada no 4-4-2, a Bósnia não se acertava e via os três atacantes nigerianos ganharem espaços em especial na esquerda, na costas de Lulic, meia improvisado na lateral. Com o passar do tempo a bola passou a ficar mais nos pés bósnios, com Pjanic e Hajrovic e assim a seleção europeia chegou ao seu gol. Aos 20 minutos Misimovic lançou para Dzeko que em condição legal tocou na saída do goleiro, mas o bandeirinha erradamente anulou o gol.

Mesmo após o erro, a Bósnia seguiu mais presente ao campo ofensivo, mas nas costas de Lulic, Emenike venceu Spahic na corrida e tocou para Odemwingie que finalizou entre as pernas de Begovic, abrindo o placar em Cuiabá. Com o gol a Bósnia tentou explorar os lançamentos para Dzeko, mas parou na forte marcação nigeriana que segurou o resultado.

Na segunda etapa a Bósnia tentou, mas sem sucesso, envolver a marcação rival que bem postada descia aos contra golpes arriscando de fora de área e dando trabalho ao bom goleiro do Stoke City (ING), Begovic. Com entrada de Ibisevic a seleção bósnia ganhou em presença de área, mas Pjanic, Misimovic e seus companheiros não alimentaram a dupla que ainda assim, de cabeça por duas vezes, obrigaram Eneyama e a trave a trabalhar evitando o empate.

Com o resultado a Nigéria soma quatro pontos e pode se classificar até com derrota para a Argentina, desde que a Bósnia vença ou empate com o Irã. A Bósnia resta se despedir com vitória em sua primeira Copa do Mundo.
Odemwingie Bósnia x Nigéria Arena Pantanal (Foto: Reuters)
Gol de Odemwingie deixou a Nigéria perto de sua classificação (Foto:Reuters).
Nigéria
Pontos Fortes: A Nigéria mostrou mais qualidade ofensiva, após péssimo jogo diante do Irã em Curitiba. Com o trio Emenike, Sow e Odemwingie a seleção pode voltar a uma fase mata-mata após 16 anos. A defesa é limitada e pesada, mas conta com as seguras atuações do goleiro Eneyama.

Pontos fracos: Apesar da habilidade dos atacantes, os meias e laterais são limitados tecnicamente e a criatividade ofensiva é quase inexistente na equipe verde e branca. Ambrose e Yobo defensores no lado direito também são lentos e limitados.

Bósnia
Ponto forte: Os atacantes Ibisevic que entrou no segundo tempo (não deveria ser reserva) e Dzeko se salvaram neste jogo, quando a bola chegou levaram perigo ao gol de Eneyama.

Pontos fracos: O meio pouco criou, mesmo com Misimovic, Pjanic e Lulic na esquerda. Aliás o lateral improvisado foi uma avenida para as descidas de Odemwingie e Emenike, expondo o zagueiro e capitão Spahic e nada criou na frente. 

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Com show de Luisito Suárez, Uruguai vence Inglaterra e respira na Copa

Atacante voltou de contusão e marcou os dois gols da vitória uruguaia

Por: Luis Henrique de Sá Perles

Uruguai: Muslera, Cáceres, Godín, Gimenez, Álvaro Pereira,Rios, Lodeiro (Stuani), Gonzalez (Fucile), Cristian Rodríguez, Cavani e Luis Suárez (Coates).
Téc: Oscar Tabarez.

Inlgaterra: Hart, Jonsons, Cahill, Jagielka, Baines, Henderson (Lambert), Gerrard, Rooney, Sterling(Barkley), Welbeck(Lallana) e Sturridge.
Téc: Roy Hogdson

A vitória desta quinta-feira (2 a 1), feriado de Corpus Cristhi, pode até não classificar o Uruguai para a segunda fase, mas no mínimo devolveu a honra ao futebol uruguaio, após pífia atuação frente ao Costa Rica na estreia da competição.

Com três meias em frente ao volante Arevalo Ríos, Cavani se movimentando com mais liberdade na frente e Suárez mais isolado como centroavante, a equipe uruguaia foi encurralando a seleção inglesa em seu campo defensivo. Talvez por não esperar esta marcação alta, o English Team não consegui criar nada. Isto até surgir uma falta na entrada da área que Rooney cobrou assustando Muslera aos nove minutos de jogo.

Com o seguimento do jogo, o que se viu foi um Uruguai marcando muito e saindo para o jogo tendo grandes chances de gols com Rodríguez aos 14 minutos e Cavani aos 26, girando dentro da área após cobrança de escanteio de Suárez. A Inglaterra voltou a campo rival apenas com a bola parada. Rooney acertou o travessão de Muslera após cobrança de falta de Gerrard na ponta esquerda.

O gol, porém, saiu para a celeste. Em jogada de contra golpe aos 38 minutos, Lodeiro lançou Cavani na ponta esquerda, ele cruzou na área, a zaga não tirou e Suárez de cabeça abriu o placar, 1 a 0 para o Uruguai.

No começo da segunda etapa o mesmo parâmetro, Uruguai atacando e Inglaterra se defendendo sem saída de bola. Assim o Uruguai chegou com Suárez que batendo escanteio obrigou Hart a defender. Na sequência Álvaro Pereira lançou para Cavani na ponta esquerda que bateu cruzado perto da trave esquerda de Hart.

A famosa frase quem não faz, toma voltou a se concretizar. A Inglaterra começou a trocar passes saindo para o jogo com seu laterais, Baines e Jonsons, a equipe foi chegando, e o Uruguai recuando cada vez mais. Com Rooney e Sturridge a equipe quase empatou, em ambos os lances Muslera salvou.

As entradas de Barkley e Lallana no meio e a troca de posição constante de Rooney com Sturridge melhoraram ainda mais o time que aos 30 minutos empatou. Após nova jogada de Jonsons na direita, Rooney como um centroavante e totalmente livre na segunda trave marcou seu primeiro gol em Copas, sendo esta a terceira disputada por ele.

Com o gol a Inglaterra passou a ter a posse de bola, e o Uruguai desesperado pela vitória passou a apostar nos lançamentos longos para a dupla Cavani e Suárez. Aos 39 minutos em chutão de Muslera, Gerrard dividiu no alto com Cavani desviando a bola para trás, Suárez livre arrancou superou Cahill e chutou cruzado para vencer Hart novamente. 2 a 1 Uruguai, ainda vivo na competição e derrota inglesa que praticamente a elimina da Copa, restando apenas a matemática confirmar.
Suárez marcou dois e manteve o Uruguai na luta por vaga a segunda fase (Getty Imagens).
Uruguai
Pontos Fortes: A marcação pressão e posse de bola do time uruguaio foram pra lá de interessantes. Com três meias encostados em Cavani e Suárez, mas ajudando na marcação pelos flancos, a celeste foi mais competitiva. Suárez mostrou mais uma vez que é diferenciado e se o Uruguai passar de fase será muito por conta de seu futebol.

Ponto Fraco: O recuo. Assim como contra a Costa Rica chamar o adversário para o seu campo não surtiu efeito. É claro que não é possível ver uma equipe jogando noventa minutos no campo de ataque, mas o Uruguai precisa administrar melhor suas vantagens no placar.

Inglaterra
Ponto Forte: A troca de posições no ataque. Rooney, Sturiddge, Welbeck e Sterling se movimentaram, trocaram posição, mas mesmo assim não conseguiram furar mais de uma vez a defesa uruguaia.

Pontos Fracos: A dupla de volantes, Gerrard e Henderson não conseguiram achar os meias uruguaios. A bola alta também é outro problema da zaga inglesa, Cahill foi seguro por cima, mas  Jagielka falhou no primeiro gol celeste. A falta de criatividade do time de Hodgson também assusta.

domingo, 15 de junho de 2014

Com show de Benzema, França estreia como vitória na Copa

Apesar de relativa dificuldade no primeiro tempo, Le Bleus venceram por 3 a 0 no Beira Rio

Por: Luis Henrique de Sá Perles

França (4-3-3): Loris, Debuchy, Sakho, Varane, Evra, Cabaye (Mavuba), Matuidi, Pogba (Sissoko), Griezmann, Valbuena (Giroud) e Benzema.
Téc: Didier Deschamps.

Honduras (4-5-1): Valadares, Figueroa, Izaguirre, Beckeles, Bernardéz (Chavéz), Palácios, Espinoza, Garrido,  Najar (Claros), Costly, Bengston (Garcia).
Téc: Luis Suaréz.

O peso do favoritismo derrubou no último sábado a seleção uruguaia diante da Costa Rica, mas neste domingo (15) outra seleção favorita ao título, a França, venceu na estréia da maior competição entre seleções do mundo.

No Beira Rio nem mesmo o apoio da torcida brasileira para os hondurenhos, segurou o ímpeto francês de apagar a péssima imagem deixada na última Copa da África. Com um esquema de três volantes que saem para o jogo, dois pontas abertos e um centroavante como Benzema, enfiado entre a defesa rival, a França venceu por 3 a 0.

E o destaque do jogo foi mesmo o centroavante francês, que após duas bolas na trave de Matuidi e Griezmann, cobrou com muita categoria o penal sofrido por Pogba (que gerou a expulsão de Palácios, que tinha cartão amarelo) aos 45 minutos, abrindo o placar no Rio Grande Do Sul.

Na segunda etapa com um homem a mais, restou a França tocar a bola e aguda como é, não demorou muito para achar espaços na defesa hondurenha. Benzema novamente finalizou a gol, desta vez cruzado, a bola bateu na trave esquerda e voltou para as mãos do goleiro Valadares que não a segurou e viu a mesma ultrapassar a linha, garantindo o 2 a 0 para a equipe Le Bleu.

Mesmo com suas limitações a Honduras tentou atacar, mas cedeu espaço para o terceiro e derradeiro gol francês na estréia. Benzema recebeu na ponta direita da área e com muita categoria chutou com efeito, vendo a bola morrer nas redes de Valadares que nada pode fazer para evitar o golaço do craque do Real Madrid.

A França poderia ter aumentado a vantagem, mas preferiu se poupar e garantir o resultado tocando a bola. A Honduras restou o consolo de com um jogador a menos não fazer tão feio como se poderia prever.
Benzema participou dos três gols franceses na estreia da Copa 2014. (Foto: EFE)
França
Pontos Fortes: A velocidade pelos lados e maneira aguda como joga esta seleção encanta este analista. Um time de volantes e meias que chegam na área rival para decidir como Pogba, Matuidi, Cabaye, Valbuena e Cia. As jogadas de lado de campo com Debuchy e Evra também funcionaram bem, diante do congestionamento no meio feito por Honduras.

Pontos Fracos: A inexperiência da zaga e lentidão de Sakho não foram problemas neste jogo, mas podem ser quando encarar uma seleção mais forte. Além disso, a quantidade de chances de gol desperdiçadas pela França também deve preocupar o treinador Deschamps.

Honduras

Pontos Fortes: A marcação, por vezes até violenta, funcionou e segurou a França até os 30 minutos do primeiro tempo. A equipe tem razoável qualidade de meio que lhe permitiu em alguns momentos chegar ao gol francês.

Ponto Fraco: A fragilidade e lentidão de seus volantes e zaga complicam o time hondurenho, que até por isso, ás  vezes apela para o excesso de violência. Além disso, falta mobilidade e poder de decisão aos atacantes da seleção.


sexta-feira, 13 de junho de 2014

Cirúrgica, Holanda goleia Espanha na Fonte Nova

Inspiração de Robben e Van Persie e má atuação defensiva espanhola decidiram o jogo

Por: Luis Henrique de Sá Perles

Espanha (4-3-3): Casillas, Azpiliqueta, Sergio Ramos, Pique, Alba, Busquets, Xabi Alonso (Pedro), Xavi, Iniesta, David Silva (Fabregas) e Diego Costa (Torres).
Téc: Vicente Del Bosque.

Holanda (3-4-3): Cillenssen, Vlaar, De Vries (Veltmam), Bruno Martins, Blind, De Guzmam (Wijnaldum), De Jong, Robben, Sneijder e Van Persie (Lens).
Téc: Louis Van Gaal.

Definitivamente não foi o dia da seleção espanhola, nem mesmo o pênalti inexistente marcado por Nicolla Rizolli ajudou a atual campeã do mundo a bater sua rival na final da última Copa. E pior a goleada sofrida na estréia pode ter mostrado que o estilo "tike taka" esta cada vez mais defasado.

Jogando com esquema diferente 3-4-3, com uma zaga frágil (que mesmo com a cobertura dos alas e volantes cedia espaço para o toque espanhol) a Holanda apostou nos contra golpes e no talento de seu trio ofensivo (Sneijder, Robben e Van Persie) e assim venceu. Muito também devido aos erros defensivos espanhóis e lançamentos precisos de Robben e Blind para os avantes laranjas.

Foi assim no primeiro tento holandês, quando a Espanha tomava conta do jogo, após o gol de  Xabi Alonso em penal inexistente cavado por Diego Costa, Blind lançou e o artilheiro Van Persie de cabeça encobriu o goleiro Casillas empatando o jogo no final da primeira etapa.

E ainda mais no segundo tempo quando a Holanda mudou a postura, acreditou na sua posse de bola e no talento ofensivo de sua equipe. Aos 10 minutos foi de novo de Blind o lançamento para o domínio perfeito de Robben, entre os zagueiros espanhóis que não acharam a perna esquerda do ponta holandês, que mandou para as redes virando o jogo.

Aos 14 minutos, a Holanda acertou o travessão com Van Persie em contra golpe puxado por Robben. Este gol perdido, porém, não fez falta, pois, quatro minutos depois o zagueiro De Vries de cabeça, após saída errada de Casillas, aumentou a vantagem holandesa.

Com a ducha de água fria, restou a Espanha atacar, mas desorganizada nem mesmo as entradas de Pedro, Fabregas e Torres corrigiram o rumo da partida. A Holanda cresceu psicologicamente e aproveitou mais uma falha espanhola, Casillas saiu mal e Van Persie só teve o trabalho de vencer o goleiro na dividida e empurrar para as redes, era o quarto gol laranja. E tinha mais, em novo contra golpe Sneijder lançou Robben que ganhou na velocidade do lento Pique, tirou de Casillas e com sua perna esquerda fechou uma goleada histórica.

Após anos jogando no tradicional 4-3-3, o treinador Van Gaal ousou e mesmo com algumas falhas demonstradas, em especial na primeira etapa, o plano deu certo. Jogar no erro, no lançamento longo para a velocidade e talento do seu ataque deu resultado e que resultado. A Espanha resta juntar os cacos e abrir os olhos, afinal em sua chave a equipe tem ainda pela frente o perigoso e insinuante Chile, além da frágil Austrália.
Robben jogo Espanha x Holanda (Foto: AFP)
Robben foi o cara no massacre holandês diante da Fúria (Foto: AFP)
Espanha

Pontos fracos: A defesa foi a maior deles, Sergio Ramos, Pique e os laterais, em especial Alba, não receberam a proteção necessária dos volantes e a Espanha se via em vários apuros no lançamentos diretos para o ataque holandês. A posse de bola também não funcionou na segunda etapa, foi errando passes que a equipe cedeu oportunidades para os gols da Holanda.

Pontos fortes: Apesar da derrota o primeiro tempo foi interessante, marcando pressão e achando espaço em meio ao sistema de marcação da Holanda. Os lançamentos em profundidade para Diego Costa e David Silva funcionaram e quase decidiram para a Espanha.

Holanda
Pontos fracos: Apesar da vitória, o sistema defensivo holandês errou demais no posicionamento (em especial no primeiro tempo) e cedeu espaço para os avanços espanhóis, em alguns momentos a defesa ficou no mano a mano e lenta como é, teve dificuldade para parar o ataque rival.


Pontos fortes: A velocidade dos contra golpes e a objetividade nas finalizações determinaram a vitória dos holandeses. O trio Sneidjer, Van Persie e Robben compensa a falta de qualidade e experiência dos volantes, alas e zagueiros convocados por Van Gaal.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Com fraca atuação coletiva e ajuda da arbitragem, Brasil vence Croácia na Arena Corinthians

Apesar do mal futebol, estreia com vitória e apoio das arquibancadas tirou grande peso das costas da equipe canarinha

Por: Luis Henrique de Sá Perles

Brasil (4-2-3-1): Julio César, Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz, Marcelo, Luis Gustavo, Paulinho (Hernanes), Oscar, Hulk (Bernard), Neymar (Ramires) e Fred.
Téc: Felipão.

Croácia (4-4-2): Pletikosa, Srna, Corluka, Lovren, Vrsaljko, Rakitic, Modric, Kovacic (Brozovic), Perisic, Olic e Jelavic (Rebic).
Téc: Niko Kovac.

Uma partida de estreia em Copa do Mundo nunca é fácil, ainda mais quando se depara pela frente com uma seleção organizada e boa tecnicamente como a rival brasileira desta tarde e noite de quinta-feira (12).

O Brasil teve vinte bons minutos de futebol. Dos 27 aos 47 da primeira etapa, marcando em cima, atuando no erro da seleção croata que com Rakitic e Modric esbanjava talento, até demais, errando na saída de bola.

Nestes bons momentos o Brasil foi Brasil, marcando alto e finalizando mais ao gol de Pletikosa que colaborou e muito para o tento de Neymar, aos 30 minutos da primeira etapa em chute fraquinho que morreu no canto esquerdo do experiente goleiro.

De resto a seleção dependeu, como dependerá e muito nesta Copa, de seu astro maior Neymar. Com destaque também para boa atuação em especial na recomposição e na saída de bola do meia Oscar. Porém, foi com o camisa dez que o Brasil achou espaço pelos lados do campo e entre os volantes levando perigo ao gol croata e com ele fez também o segundo gol após pênalti cavado pelo centroavante Fred aos 26 da segunda etapa.

O terceiro gol, de Oscar em contra golpe aos 47 minutos, foi fruto de mais um erro na saída de bola croata que com o time todo a frente viu o Brasil aumentar a vantagem e garantir três pontos para a equipe de Felipão.

Sobre a Croácia a equipe de Kovac surpreendeu e muito, jogando durante 27 minutos do primeiro tempo e quase toda segunda etapa com a bola, marcando mesmo com alguma dificuldade (devido ao esquema sem pegada dos volantes) jogou melhor que o Brasil.

Na primeira etapa com Olic na ponta esquerda, aproveitando as falhas de Daniel Alves na marcação, a seleção visitante foi chegando e aos 10 minutos após cruzamento de Olic e furo de Jelavic, Marcelo empurrou contra as próprias para as redes, abrindo o placar.

E mesmo depois que sofreu a virada em lance inexistente, a seleção croata teve ao menos mais três chances claras de gols criadas com Perisic e Modric que assustaram boa parte dos mais de 60 mil torcedores que estiveram presentes na nova Arena.

Erros de arbitragem a parte, o que ficará na história é a vitória brasileira em casa (com destaque para o apoio da torcida paulista), resultado que coloca o Brasil com um pé nas oitavas e pelo jogo realizado mostra que a Croácia tem tudo para lhe fazer companhia na segunda fase.



Gol Neymar contra a Croácia (Foto: Agência Reuters)
Com boa atuação do craque Neymar, Brasil venceu a Croácia na estreia da Copa. (Foto: Agência Reuters).
Taticamente falando

Brasil
Pontos Fracos: A marcação frouxa brasileira expôs a defesa em várias situações, somente Luis Gustavo (que em alguns raros momentos foi até líbero) colaborou com David Luiz e Thiago Silva. Marcelo, Dani Alves e Paulinho foram mal no jogo e colaboram para as chegadas croatas pelo lado com Perisic na direita e Olic um pouco mais recuado na esquerda. Atuação coletiva fraca da seleção canarinho.

Pontos Fortes: A genialidade de Neymar e a doação, em especial na marcação, de Oscar foram fundamentais para a vitória brasileira. Dos 27 aos 47 minutos a seleção marcou pressão, dificultou a saída de bola croata e como gosta Felipão roubou bolas no campo rival.

Croácia
Pontos fracos: Com era de se esperar, sem volantes, a seleção croata sofreu para marcar, apesar da proximidade das linhas de defesa e meio, a falta de pegada cedeu espaço para o jogo brasileiro. Kovacic sumido na partida fez falta.

Pontos fortes: O principal deles foi a troca de passes e saídas velozes pelo lado de campo, com Perisic e Olic onde a equipe de Niko Kovac “engoliu” os laterais brasileiros. A marcação da primeira linha defensiva também foi destaque. Srna, Corluka, Lovren e o lateral direito improvisado na esquerda, Vrsaljko, se saíram bem no jogo.