O Blog Arquibancada
Tática traz para você a análise tática e o histórico dos jogos
decisivos das oitavas de final da Copa 2014. Após a primeira fase,
as equipes vão ganhando corpo, confiança e chegam afiadas a este
momento que abre as disputas mata-mata da maior competição
esportiva do mundo.
BRASIL X CHILE
O duelo sul-americano
definirá mais uma vez o classificado às quartas de finais. Assim
como em 2010, Brasil x Chile lutam para seguir vivos na Copa. Após
uma primeira fase regular, o Brasil claramente chega como favorito,
mas terá pela frente uma geração de ouro do Chile que apesar da
derrota para a Holanda, tem realizado uma excelente competição.
O primeiro encontro entre
Brasil e Chile aconteceu na longínqua Copa América de 1916 com
empate em 1 a 1 na cidade de Buenos Aires. O último foi em 2013,
amistoso em Toronto, onde a Seleção Brasileira venceu com gols de
Robinho e Hulk, Vargas descontou para o Chile.
Ao todo foram 66
confrontos, com ampla superioridade brasileira. São 46 vitórias, 13
empates e apenas sete derrotas. E jogando no Brasil, sede da Copa, o
Chile nunca venceu a seleção em 27 confrontos, foram 22 vitórias
brasileiras e cinco empates. O retrospecto em Copas é também muito
favorável ao time brasileiro, foram três jogos e três vitórias
canarinhas.
Jogos de Copa:
Copa de 62 (Chile):
Brasil 4 x 2 Chile
Copa de 98 (França):
Brasil 4 x 1 Chile
Copa 2010 (África)
Brasil 3 x 0 Chile
A última vitória
chilena aconteceu em 2000 pelas eliminatórias da Copa de 2002, Chile
3 a 0 no estádio Nacional de Santiago. Em números de gols marcados,
o Brasil soma 154 gols, tendo sofrido apenas 57.
Táticas:
O Brasil atua no 4-2-3-1
com algumas variações. Paulinho, titular na primeira fase e que
pode perder a vaga para Fernandinho, funciona em alguns momentos como
um meia formando um 4-1-4-1. Além disso, em algumas raras situações,
mas que podem ser mais repetidas neste confronto com o Chile (que usa
muito as laterais), o time joga com Luiz Gustavo como terceiro zagueiro, abrindo
os alas Daniel Alves e Marcelo e cedendo proteção maior a defesa. O
problema é que com este esquema o segundo volante tem de voltar para
fechar mais o meio e Paulinho não tem conseguido realizar esta
função.
Do meio para a frente a
seleção atua com Neymar mais centralizado, Oscar e Hulk abertos o
que por vezes tira o meia Oscar de suas características. Na frente o
centroavante Fred precisa ser alimentado, caso contrário não terá
função em campo, uma vez que pesado como é, se torna presa fácil
para seus marcadores.
Neste jogo, o Brasil deve
observar duas situações táticas uma a favor e outra contra. A
fraca marcação do meio chileno, que geralmente conta com Marcelo
Díaz (volante do Basel da Suíça) na cabeça de área o que
possibilitará espaços, assim como contra a Croácia, ao craque
Neymar. Se Oscar e Hulk recuarem um pouco mais, podem complicar a marcação de meio chilena, pois, Aranguíz saí muito
mais como um meia ao lado de Guitiérrez e cede espaços as descidas
rivais.
O ponto contra a seleção
brasileira é o agudo jogo lateral chileno. Com os alas, Isla da
Juventus (ITA) na direita e Mena do Santos na esquerda, contando
ainda com as chegadas de Vargas que caí por ambos os lados,
centralizando o atacante de movimentação Sanchéz. Aranguíz na
esquerda e Guitiérrez na direita também agridem os rivais em
chegadas laterais.
O Chile tem variações
táticas interessantes propostas por Jorge Sampaolli, o argentino
mexe muito no time e para isso conta com a mobilidade e habilidade de
sua equipe, uma das mais técnicas deste mundial. O time joga no
3-5-2 com o trio de zagueiros baixos Jara, Medel e Silva, no meio
Díaz é primeiro volante, Aranguíz e Guitiérrez (Vidal que anda
meio baleado, mas pode jogar esta decisão, faz as três funções)
os volantes que saem para o jogo e contam com os apoio dos alas (Isla
e Mena), na frente a dupla de movimentação e habilidade Sanchéz e
Vargas.
Em alguns momentos, Díaz
recua a zaga, formando um linha de quatro e liberando os alas para
atuarem como meias ao lado dos volantes que sobram. A equipe tem
ainda a opção no banco de abrir Beausejour na esquerda montando um
3-4-3 ou centralizar Valdívia recuando Aranguíz formando um
3-4-1-2.
O ponto mais frágil, como já dito, é a proteção a cabeça de área feita por
Díaz, Aranguíz e Guitiérrez. Nela existem espaços onde Neymar e
Oscar podem se aproveitar para decidir para o Brasil. A bola parada é
outro problema, com média de altura de 1,76 a equipe é a mais baixa
da competição e sofre, como sofreu diante da Holanda, com a bola
parada rival.
O estilo chileno se
encaixa na proposta de Felipão, afinal eles provavelmente darão
espaços, mas o que preocupa o treinador é justamente a parte
ofensiva pelas laterais, onde o Brasil tem falhado em todos os jogos.
Felipão sabe que apesar do histórico favorável, o peso deste jogo
será enorme e erros como os cometidos na primeira fase podem custar
a vaga nas quartas.
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