sexta-feira, 27 de junho de 2014

PRÉ-VISÃO TÁTICA


O Blog Arquibancada Tática traz para você a análise tática e o histórico dos jogos decisivos das oitavas de final da Copa 2014. Após a primeira fase, as equipes vão ganhando corpo, confiança e chegam afiadas a este momento que abre as disputas mata-mata da maior competição esportiva do mundo.

BRASIL X CHILE

O duelo sul-americano definirá mais uma vez o classificado às quartas de finais. Assim como em 2010, Brasil x Chile lutam para seguir vivos na Copa. Após uma primeira fase regular, o Brasil claramente chega como favorito, mas terá pela frente uma geração de ouro do Chile que apesar da derrota para a Holanda, tem realizado uma excelente competição.

O primeiro encontro entre Brasil e Chile aconteceu na longínqua Copa América de 1916 com empate em 1 a 1 na cidade de Buenos Aires. O último foi em 2013, amistoso em Toronto, onde a Seleção Brasileira venceu com gols de Robinho e Hulk, Vargas descontou para o Chile.

Ao todo foram 66 confrontos, com ampla superioridade brasileira. São 46 vitórias, 13 empates e apenas sete derrotas. E jogando no Brasil, sede da Copa, o Chile nunca venceu a seleção em 27 confrontos, foram 22 vitórias brasileiras e cinco empates. O retrospecto em Copas é também muito favorável ao time brasileiro, foram três jogos e três vitórias canarinhas.

Jogos de Copa:

Copa de 62 (Chile): Brasil 4 x 2 Chile

Copa de 98 (França): Brasil 4 x 1 Chile

Copa 2010 (África) Brasil 3 x 0 Chile

A última vitória chilena aconteceu em 2000 pelas eliminatórias da Copa de 2002, Chile 3 a 0 no estádio Nacional de Santiago. Em números de gols marcados, o Brasil soma 154 gols, tendo sofrido apenas 57.

Táticas:

O Brasil atua no 4-2-3-1 com algumas variações. Paulinho, titular na primeira fase e que pode perder a vaga para Fernandinho, funciona em alguns momentos como um meia formando um 4-1-4-1. Além disso, em algumas raras situações, mas que podem ser mais repetidas neste confronto com o Chile (que usa muito as laterais), o time joga com Luiz Gustavo como terceiro zagueiro, abrindo os alas Daniel Alves e Marcelo e cedendo proteção maior a defesa. O problema é que com este esquema o segundo volante tem de voltar para fechar mais o meio e Paulinho não tem conseguido realizar esta função.

Do meio para a frente a seleção atua com Neymar mais centralizado, Oscar e Hulk abertos o que por vezes tira o meia Oscar de suas características. Na frente o centroavante Fred precisa ser alimentado, caso contrário não terá função em campo, uma vez que pesado como é, se torna presa fácil para seus marcadores.

Neste jogo, o Brasil deve observar duas situações táticas uma a favor e outra contra. A fraca marcação do meio chileno, que geralmente conta com Marcelo Díaz (volante do Basel da Suíça) na cabeça de área o que possibilitará espaços, assim como contra a Croácia, ao craque Neymar. Se Oscar e Hulk recuarem um pouco mais, podem complicar a marcação de meio chilena, pois, Aranguíz saí muito mais como um meia ao lado de Guitiérrez e cede espaços as descidas rivais.

O ponto contra a seleção brasileira é o agudo jogo lateral chileno. Com os alas, Isla da Juventus (ITA) na direita e Mena do Santos na esquerda, contando ainda com as chegadas de Vargas que caí por ambos os lados, centralizando o atacante de movimentação Sanchéz. Aranguíz na esquerda e Guitiérrez na direita também agridem os rivais em chegadas laterais.

O Chile tem variações táticas interessantes propostas por Jorge Sampaolli, o argentino mexe muito no time e para isso conta com a mobilidade e habilidade de sua equipe, uma das mais técnicas deste mundial. O time joga no 3-5-2 com o trio de zagueiros baixos Jara, Medel e Silva, no meio Díaz é primeiro volante, Aranguíz e Guitiérrez (Vidal que anda meio baleado, mas pode jogar esta decisão, faz as três funções) os volantes que saem para o jogo e contam com os apoio dos alas (Isla e Mena), na frente a dupla de movimentação e habilidade Sanchéz e Vargas.

Em alguns momentos, Díaz recua a zaga, formando um linha de quatro e liberando os alas para atuarem como meias ao lado dos volantes que sobram. A equipe tem ainda a opção no banco de abrir Beausejour na esquerda montando um 3-4-3 ou centralizar Valdívia recuando Aranguíz formando um 3-4-1-2.

O ponto mais frágil, como já dito, é a proteção a cabeça de área feita por Díaz, Aranguíz e Guitiérrez. Nela existem espaços onde Neymar e Oscar podem se aproveitar para decidir para o Brasil. A bola parada é outro problema, com média de altura de 1,76 a equipe é a mais baixa da competição e sofre, como sofreu diante da Holanda, com a bola parada rival.

O estilo chileno se encaixa na proposta de Felipão, afinal eles provavelmente darão espaços, mas o que preocupa o treinador é justamente a parte ofensiva pelas laterais, onde o Brasil tem falhado em todos os jogos. Felipão sabe que apesar do histórico favorável, o peso deste jogo será enorme e erros como os cometidos na primeira fase podem custar a vaga nas quartas.











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