quinta-feira, 3 de julho de 2014

Pré-Visão tática: Jogos da Copa 2014 (quartas de final)

Duelo equilibrado nos últimos anos, definirá um dos semifinalistas da Copa 2014 (Foto: Mike Segar/Reuters)
Colômbia x Brasil
Em toda história foram 25 jogos, 15 vitórias brasileiras, oito empates e apenas duas vitórias colombianas. A Colômbia porém, não perde no Brasil, para o país anfitrião da Copa desde de 2000 nas eliminatórias para o mundial de 2002, em jogo realizado no Morumbi, que contou com gol do zagueiro Roque Júnior nos acréscimos para definir a vitória canarinha.

Nos últimos quatro jogos, quatro empates, três vezes por 0 a 0 e no último confronto nos EUA, 1 a 1, gols de Neymar e Cuadrado que estarão em campo defendendo seus países. A Seleção Brasileira marcou ao todo 55 gols e sofreu apenas 11 na história deste duelo. Em Copas este confronto é inédito.

Táticas:
Sem Luiz Gustavo, o Brasil perde muito em marcação no meio e saída de bola, afinal Luiz conseguia fazer as duas funções muito bem nesta Copa. A saída mais apropriada seria adiantar David Luiz e trazer Dante ao lado de Tiago Silva, mantendo assim a pegada e posse de bola. Se optar por ter a bola no pé e uma marcação mais frouxa, Felipão poder ter Fernandinho com Paulinho. O problema é que com estes jogadores um tal de James Rodríguez pode e deve ter mais espaço e como artilheiro da Copa veste a camisa cafeteira é bom não bobear.

Na frente Neymar é fundamental, sua má atuação diante do Chile dificultou a vida brasileira que se mostra cada mais dependente de sua forte zaga e seu craque isolado. Oscar precisa entrar no jogo e não somente na marcação, mas na criação, talvez recuando mais buscando a bola no meio para acionar Fred, que como dito no texto anterior deve receber as bolas mais perto da área, seu “habitat natural”.

Hulk poderia, mas não acredito nisso, dar lugar a William, que mexe mais e pode ser uma opção para ocupar os lados de campo e dificultar as saídas de Armero e Zuñiga. Neste jogo perante a Colômbia, a chave será ganhar o meio campo e para isso o Brasil terá jogar neste setor, aquilo que não jogou nos últimos quatro jogos. Afinal diferentemente do Chile, o rival desta sexta-feira (4) tem mais pegada e força física e conta com um craque em fase inspirada (James Rodríguez) e um centroavante que marcou mais de 45 gols em duas temporadas de futebol português, Jackson Martínez.

Do lado colombiano um esquema ofensivo, mas equilibrado. A seleção cafeteira chega leve a este duelo, sem pressão, após fazer história chegando a fase de quartas de finais. Perder ou vencer o Brasil será uma honra ainda mais numa Copa aqui, no país do futebol.

Armada no 4-2-3-1 a equipe conta com uma dupla de volante segura (Aguilar e Sanchéz) que dão sustentação as descidas dos laterais Armero e Zuñiga e aos meias de lado que também ajudam na recomposição, Téo Guitiérrez ou Ibarbo e Cuadrado. Na frente Pekerman enfim deixou de teimosia de lado e aposta tudo na fome de gols de Jackson Martínez, atacante do Porto.

As principais jogadas ofensivas acontecem pelo lado direito e centro, com a dupla Cuadrado e James Rodríguez que infernizam as zagas rivais. Ibarbo ou Téo (que atuou diante do Uruguai na função) tem um posicionamento mais tático, porém, colaboram com a penetração na área rival, abrindo espaços para os homens que vem de trás.

O maior problema para a equipe é a marcação pela esquerda, Armero e Yepes tem dificuldades por aquele lado. Na direita Zapata compensa a fragilidade defensiva de Zuñiga, além da boa cobertura dos volantes. A pressão na saída de bola por parte do Brasil também pode funcionar, contra Costa do Marfim e Uruguai quando pressionada a Colômbia errou.

Time por time a Seleção Brasileira é melhor, o problema é que seus jogadores de frente, Hulk, Oscar, Fred e principalmente seus laterais ainda não jogaram neste Copa como jogaram a um ano atrás, na Copa das Confederações. Erros como contra o Chile, devem sepultar o sonho do hexa, mais que emoção é preciso jogar futebol e mostrar em campo como se ganha um Copa. E isto os brasileiros sabem muito bem como fazer.


Alemanha x França:
Em 86, alemães bateram os franceses por 2 a 0 e garantiram vaga na final (Foto: Arquivo das Copas).
Na história deste duelo, pequena vantagem francesa. Foram 11 vitórias dos “Les Blues”, seis empates e oito vitórias alemãs. No número de gols marcados porém, vantagem germânica  (42 gols contra 41 franceses). Em Copas este confronto aconteceu três vezes na fase mata-mata, sem vantagem para nenhum dos lados. Em 58, 6 a 3 para França na decisão do terceiro lugar, em 82 na semifinal 3 a 3 no tempo normal e vitória alemã nos pênaltis, em 86 nova vitória alemã na semi, mas deste vez nos 90 minutos, por 2 a 0.

O duelo que abre as disputas de quartas de finais é o também o tecnicamente mais esperado, reunindo duas seleções que jogaram um bom futebol até a este momento no mundial. A França sem dúvida foi uma grata surpresa, evoluiu muito, chegou a Copa renovada e sobre o comando de Didier Deschamps agradou nesta primeira fase. A Alemanha apesar da decepção diante dos africanos (jogou mal perante Gana e Argélia), tem tecnicamente a melhor equipe deste torneio.

Táticas:
Taticamente a França tem algumas variações, mas normalmente atua no 4-3-3 que se transforma num 4-4-2, em especial com a movimentação de Valbuena na direita que por alguns momentos se torna um meia. Os volantes tem função fundamental no jogo francês, Pogba, Cabaye e Matuidi em qualquer esquema são responsáveis pela saída de bola qualificada. Além disso, todos sabem chegar a frente e finalizar a gol.

Outra variação é a retirada de um volante para a entrada do meia esquerda Sishoko do Newcaslte, abrindo o time pelos lados contando com o valioso apoio dos laterais Debuchy e Evra. Na frente sem Ribey, o atacante de movimentação Griezmam vem fazendo a diferença, como fez diante da Nigéria. Neste setor podem jogar Griezmam ou Giroud ao lado do centroavante Benzema, com dois centroavantes, cabe a Benzema se mexer mais.

O ponto fraco desta seleção é zaga, nem Sakho nem Kolsceouny seguem o ritmo de qualidade do jovem zagueiro do Real Madrid Varane. Existem ainda espaços entre os volantes, em especial quando atua no esquema 4-4-2 com Sishoko e Valbuena pelos lados, Matuidi ou Pogba saem muito e cedem espaços as penetrações dos meio rivais.

Na Alemanha, o treinador Joaquim Low tem sido o maior inimigo de um bom rendimento de sua seleção. No esquema com quatro zagueiros (4-2-3-1), o lado esquerdo tem encontrado grande dificuldade na marcação, Höwedes é pesado e não vem dando conta dos rápidos meias e atacantes rivais. Com a contusão de Mustafi (que também não vinha bem), Lanh poderia ser o lateral, mas como Hummels voltará diante da França, Boateng deve ser fazer a função pela direita.

O grande problema de atuar com quatro zagueiros de ofício nas laterais é quem Low adianta os mesmos como laterais ofensivos e recua Kroos, Gotze e Ozil para fechar os lados, e nisso perde qualidade por duas vezes, uma por que os laterais não descem bem e outra por que os meias ficam muito recuados.

Ainda falando no meio campo, Lanh e Scheswteigner tem encontrado dificuldade com a marcação rival, Kroos atua centralizado, Gotze aberto na esquerda e Ozil na direita. Müller que atua como meia e atacante, vem jogando como centroavante, mas pode dar lugar a Klose a qualquer momento. Schurrer é outra boa opção para atuar aberto em ambos os lados.

O jogo agudo de Valbuena (na direita) e possivelmente Griezman (na esquerda) pode complicar a marcação alemã que contra a Argélia teve muitas dificuldades. A chave para o jogo da Alemanha será controlar estes espaços.

Independente do classificado, França e Alemanha se juntam a Brasil, Holanda e Argentina como os grandes favoritos a conquista do título. E quem sair deste confronto fará uma grande semifinal seja contra Brasil ou Colômbia.


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