Em baixa, Monterrey sonha com vôos mais altos
Após título continental equipe caiu de produção, mas mesmo assim chega ao mundial querendo incomodar o favorito Galo.
Por: João Vitor Poppi.
O Club de Fútbol Monterrey, localizado no nordeste do
México, foi fundado em 1945 e pertence a FEMSA, maior empresa de bebidas do
país. Os ''Rayados''não estão entre as torcidas mais numerosas do México,
ocupando em pesquisas recentes, o oitavo lugar com percentual de 2,5% de
torcedores. O ''Clássico Regiomontano'' ocorre quando o Monterrey duela contra
o UANL Tigres, seu maior rival.
Seu primeiro título expressivo foi em 1986, consagrando-se
campeão mexicano. O feito se repetiu por outras três vezes: 2003 (Clausura),
2009 e 2010 (Apertura), alavancando o clube para a oitava colocação entre os
maiores campeões mexicanos. A Copa do México foi conquistada apenas uma vez, em
1992, pelo clube azul e branco.
Assim como nas competições nacionais, as conquistas
internacionais só ganharam força no Estádio Tecnológico no século XXI. O maior
feito do Monterrey é tricampeonato da Liga dos Campeões da CONCACAF 2010/11,
2011/12 e 2012/13, que deu ao clube a vaga em três edições de Mundiais de
Clubes da FIFA. A melhor campanha aconteceu no Mundial de 2012, no Japão, onde
venceu o Al-Ahly e ficou com a terceira colocação.
Em 2013, no Marrocos, o clube mexicano não chega
superestimado como nos anos anteriores. O motivo, apesar de sagrar-se campeão
da CONCACAF, é a fraca campanha pós-título continental do time, que não encheu
os olhos do torcedor - ultimamente acostumado as boas campanhas dos
''Rayados''.
No Apertura 2013, torneio em que todos jogam contra todos de
forma única e os oito primeiros se classificam para o mata-mata, o Monterrey
encerrou sua participação no 11o lugar, com apenas 39,22% de aproveitamento. Na
Copa MX, o time conseguiu avançar até a semifinal, mas foi eliminado pelo
Monarcas Morélia por um impiedoso 3x0, mesmo atuando em seu estádio.
A perda de importantes jogadores no segundo semestre e a
falta de reposição à altura, também, é um fator que dificultará a caminhada do
Monterrey no Mundial. O zagueiro Hector Morales foi para o Atlante; o
equatoriano W. Ayoví, que atua como lateral esquerdo e meia, transferiu-se para
o Pachuca, já o jovem meia Corona foi vendido para o Twente; o ataque foi o
setor que sofreu uma grande e inesperada perda: Pabón foi vendido para o
Valência por 7,5 de euros, após ter disputado apenas sete partidas e anotado cinco
gols.
Apesar do momento ser desfavorável, o clube mexicano espera
pelo menos conseguir chegar na semifinal da competição e duelar contra o
Atlético Mineiro, mas para isso precisará vencer o anfitrião Raja Casablanca.
Como joga: O time treinado por José Cruz atua no
4-1-4-1, variando o esquema tático a todo momento durante as partidas, além
disso, o técnico implanta praticamente um sistema de rotação no time, variando
as escalações conforme os adversários. Os extremos ofensivos buscam bastante a
linha de fundo, formando um 4-3-3, com um losango no meio. Em alguns momentos
dos jogos, Lucas Silva desfaz a trinca do meio adiantando-se para jogar
centralizado entre dois pontas, configurando o 4-2-3-1. A grande esperança dos
''Rayados'' é o artilheiro chileno Suazo, que soma 10 gols em 17 jogos na
temporada 2013/14.
Com jogadores como César Delgado e Neri Cardozo, preza-se
muito pelo toque de bola e por tirar o espaço do adversário na saída de bola.
Defensivamente o Monterrey não inspira muita confiança, falhando na marcação
pelos lados, onde existe espaço entre as duas linhas e a cobertura dos
volantes/meias que não são seguras. Por isso não é de se espantar, se o time
mexicano em um hipotético jogo contra o Atlético-MG, ou até se vier sofrer
pressão do time marroquino, jogue no contra ataque, buscando a bola longa para
os meias abertos pelos lados em seu desenho tático inicial.
Time base: Orozco (Ibarra); Basanta, Leobardo López, Meza e
Juárez; R. Osório, Zavala e Lucas Silva; Neri Cardozo (Delgado), Madrigal (Arellano)
e Suazo.
Téc: José Cruz.
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