quarta-feira, 9 de julho de 2014

Pré-visão tática: Argentina x Holanda


O confronto que definiu a Copa de 1978, vencida pela Argentina com grande apoio da ditadura militar do país, volta a acontecer nesta quarta-feira (9), na Arena São Paulo, pela semifinal da Copa 2014.

Na história foram oito jogos, quatro vitórias holandesas, três empates e uma vitória hermana, justamente esta, na final de 78. No último embate 0 a 0 pela fase de grupos na Copa da Alemanha em 2006.

Ao todo são quatro jogos em Copas com duas vitórias holandesas, um empate e uma vitória argentina:
Copa 1974: Holanda 4 x 0 Argentina
Copa 1978: Argentina 3 x 1 Holanda
Copa 1998: Holanda 2 x 1 Argentina
Copa 2006: Holanda 0 x 0 Argentina

Táticas:
A maneira de jogar holandesa, dependerá da provável escalação do volante De Jong e do zagueiro Vlaar. Com os dois, o esquema 3-4-3 será mantido com muito mais pegada do que no jogo contra a Costa Rica. Um 3-4-3 que apesar dos números não é nada defensivo, afinal conta com as saídas pelo lado e teve no jogo contra a Costa Rica, Sneijder de segundo volante.

O jogo de Val Gaal é pelos lados, abrindo com os alas as principais chegadas laranjas, Blind na esquerda e Kuyt na direita. Além disso o trio Sneidjer, Robben e Van Persie seguem sendo a referência técnica, jogadores de decisão que podem juntos colocar a Holanda na grande final. 

Se os dois pilares defensivos não jogarem (De Jong e Vlaar), Van Gaal pode retornar ao 4-2-3-1 apostando ainda mais nos meias atacantes Robben e Sneijder para encostarem no artilheiro Van Persie. Blind pode jogar de volante e dar lugar a Verhaeg e Janmaat nas laterais adiantando também Kuyt no meio ou sacando o mesmo, mantendo Depay na linha de meio.

O ponto fraco segue sendo o setor defensivo, como o próprio Gaal disse não é das mais confiáveis, apesar da boa Copa que fazem individualmente Indi e Vlaar, a zaga sofre sem a cobertura adequada dos volantes, cedendo espaço aos meias e atacantes rivais. Até por isso, jogar com De Jong seria fundamental na tentativa de parar Messi e Cia.
Van Gaal e De Vrij Coletiva Holanda (Foto: Marcos Ribolli)
O exótico treinador holandês, Van Gaal, realiza um excelente trabalho frente a sua seleção (Foto: Marco Ribolli)

As loucuras de Van Gaal, desde o esquema, até as trocas de goleiros nos últimos minutos da prorrogação, são vantagens para a seleção holandesa, que imprevisível chega a esta semifinal mais pronta e forte tática e mentalmente.

Na Argentina o esquema é o 4-4-2 e com o quase certo desfalque de Di Maria, Sabella deve ter Enzo Peréz que marca mais, perdendo assim as chegadas pelo lado direito, que vinham sendo armas da seleção hermana. Entre os volantes, Biglia enfim ganhou a vaga de Gago e fez uma boa partida defensivamente colaborando para melhor marcação junto a Mascherano que vem jogando muito neste mundial. Demichelis na zaga trouxe tranquilidade, experiência e melhora no jogo aéreo.

Na frente Messi e Higuaín são as grandes apostas do treinador Sabella para o jogo. Aguero deve ficar no banco e pode ser uma excelente opção para o segundo tempo ou quem sabe na prorrogação. Messi, aliás, que tem sido o grande diferencial argentino é motivo de preocupação para Van Gaal. Sem De Jong, ele pode jogar mais livre e achar espaços na frágil marcação holandesa. No mano a mano a zaga laranja mostrou que tem problemas.
Mario Kempes bola da Copa do Mundo 1978 (Foto: Getty Images)
Única vitória argentina sobre a Holanda aconteceu na Copa de 78, sob supervisão da ditadura militar do país (Foto:Getty Imagens)

Um jogo equilibrado sim, com duelos individuais, talentos decisivos e dois excelentes treinadores. Argentina e Holanda duelam nesta quarta-feira (9) valendo vaga a grande final. Enquanto isso a favorita Alemanha só espera seu rival para o duelo no Maraca.


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