Neste domingo, na Vila Belmiro
aconteceu o clássico: Santos x Corinthians. Com um gol de Ibson após passe
magistral de PH.Ganso, o peixe venceu por 1x0.O Santos foi superior, dominou a
maior parte do jogo e as ações ofensivas.
Toque de bola refinado, velocidade,
movimentação e dribles são algumas características marcantes da era Neymar e
Ganso no alvinegro praiano, mas neste clássico o torcedor viu algo a mais.
Quando Muricy Ramalho chegou no
Santos no começo de 2011, o time estava mal no Paulista e Libertadores. O que
se via era uma equipe sem “alma” e com muitas falhas no sistema defensivo. O
treinador então lançou Adriano, que voltava de empréstimo, como titular (o
volante tinha o salário mais baixo do elenco, menor até do que os de alguns
juniores, e havia sido “desprezado” por alguns treinadores anteriores), ao lado
de Arouca na cabeça de área e compactou o time. Os gols sofridos foram
diminuindo com o tempo, os calções saindo sujos dos jogos, as vitórias
aparecendo e o resultado foi a conquista dos dois títulos. Mas Adriano nunca
teve grande qualidade e era um marcador mediano, porque ele foi tão importante
para a arrancada do time? Ele tinha uma característica que ninguém tinha a mais
que ele no elenco: raça. Era o que faltava para um time espetacular com a bola
nos pés engrenar, a disposição do volante contagiou o time.
Chegou quem faltava (foto: uk.eurosport.yahoo.com) |
Após a acachapante derrota no
Mundial para o Barcelona, o Santos começou 2012 parecido com 2011: um time
morno, com constantes falhas defensivas e sem “alma”. Adriano se machucou seriamente,
antes mesmo do Mundial e esta até agora fora de combate. O time sentiu muito a
falta do jogador menos técnico do meio-campo a diante, sentiu falta de um
guerreiro. Não se forma um time vencedor com dez craques na linha.
Em uma conturbada venda de Danilo
para o PortoFC, o Santos acabou ganhando de “presente” Jorge Fucile, um lateral
direito, uruguaio e selecionável. O lateral não é nem um gênio, tem problemas
ofensivos, mas tem o que o time do Adriano, atual campeão da Libertadores, que
hoje esta esquecido após a lesão, precisa: raça e calção sujo ao fim dos jogos,
e isso o uruguaio tem de sobra. Neste domingo a cada rasgada, a cada carrinho
de Fucile, a cada roubada de bola no clássico, a torcida inflamava a Vila. A
torcida estava carente de um jogador vibrante e cascudo como o lateral, o time
mais ainda. Toda equipe precisa de um jogador “raçudo” e brigador, que quando
precisa chegar mais forte no adversário lá esta ele disposto a “pelear”. Um
jogador com essas características contagia o time em campo, vibra com a
torcida, pode não parecer mas os “patinhos feios” podem ser um fator incomparável
para conquista de um campeonato. Galeano no Palmeiras em 1999, Lugano no São
Paulo em 2005, Gattuso no Milan em 2007 e Materazzi na Seleção Italiana em 2006
são exemplos da grande importância desse estilo de jogador em um elenco. Um jogador como esses não ganha um titulo sozinho, mas um time também pode perder um titulo por falta de um jogador desses.
O time da técnica agora tem o
guerreiro que faltava, se o resultado vai ser o mesmo do ano passado é só
esperando pra saber, mas o raio pode ter caído duas vezes no mesmo lugar. E
felizmente o futebol ainda necessita de jogadores que jogam com o coração na
ponta da chuteira!
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